São Paulo: Viagem + História

Publicado por Caroline Dähne em

Certamente a capital São Paulo é um ótimo destino para quem está procurando aprender mais sobre a história do país, passeando por uma metrópole que concentra diversas opções culturais.

A cidade de 465 anos foi formada por jesuítas que procuravam catequizar os indígenas, posteriormente no século XVII, com os bandeirantes passou a ser importante entreposto comercial.

Posteriormente, elevada a categoria de cidade em 1711, foi palco da Independência do Brasil, sendo chamada por Dom Pedro I de “Imperial Cidade”. Eventualmente entre o final do século XIX e início do XX, atraiu imigrantes de mais de 70 nacionalidades para trabalhar nas plantações de café e nas pequenas fábricas que estavam sendo criadas.

Lugares para aprender história passeando por São Paulo

Certamente atualmente, segundo a Secretaria de Turismo de São Paulo, a cidade pode ser entendida como Centro Cultural da América Latina, devido aos seus 101 museus, 182 teatros, 40 centros culturais. Ademais além de sediar diversos festivais e atividades relacionadas a cultura, atraindo em média 15 milhões de turistas por ano.  

Post do Instagram com o título da publicação: São Paulo, Viagem + História.

Nesse sentido, seguindo com o nosso especial de férias, trouxemos algumas dicas de museus para conhecer se você for visitar a cidade.

Memorial da Resistência de São Paulo

Estabelecido no prédio que anteriormente foi sede, entre 1940 a 1983, do Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo (DEOPS/SP), o Memorial tem como objetivo preservar a memória sobre movimentos que resistiram à repressão de governos brasileiros.

Nesse sentido, o local abriga uma exposição permanente com uma linha do tempo mostrando a cronologia da repressão durante todo o período republicano no país. Similarmente, possui um banco de dados que reúne testemunhos, cartas, fotografias e outros objetos que compõem o Fundo do Deops-SP e costumam ter algumas exposições temporárias.

Fotografia do interior do Memorial da Resistência de São Paulo.
Memorial da Resistência
Arquivo pessoal, 2019.
Conjunto prisional do Deops-SP

Certamente, a principal exposição do Memorial da Resistência é o próprio prédio no qual está instalado, a mostra de longa duração intitulada “O edifício e suas memórias” acontece nas celas e no corredor para banho de sol, utilizadas pelo Deops-SP durante a Ditadura Militar no país.

Nesse sentido, lá o visitante pode entrar nas celas que têm diferentes mostras, em uma delas é possível ouvir o relato dos prisioneiros políticos que ali estiveram, contando sobre como era a rotina deles naquele lugar. Enquanto você está no local, o som é repetido com os depoimentos, trazendo a sensação de aproximação com essas pessoas.

Fotografias do interior das celas do antigo DEOPS, hoje o Memorial da Resistência de São Paulo.
Memorial da Resistência
Arquivo pessoal, 2019

Nas paredes das celas, existem inscrições feitas pela equipe do memorial que explicam sobre o funcionamento do local. Além de, em uma delas, inscrições dos próprios prisioneiros que ficaram naquele espaço.

Visita

A entrada para o memorial é gratuita.

Quarta-feira a segunda-feira das 10h às 17h30

Mais informações no telefone 11 3335-4990.

Monumento à Independência 

Quando o Brasil completou seu centenário da Independência em 1922 foi criado um Monumento no Parque da Independência localizado no bairro Ipiranga, onde Dom Pedro teria proclamado a Independência do Brasil.. 

A construção, conhecida também como Monumento do Ipiranga ou Altar da Pátria, só terminou em 1926. 

Fachada do Monumento à Independência.
Monumento à independência
Arquivo pessoal, 2019.

Nela aparecem estátuas e símbolos que remetem a pessoas e movimentos que buscaram conquistar a emancipação política do Brasil, como Tiradentes, a Inconfidência Mineira e a Revolução Pernambucana.

Ao longo dos anos, o monumento sofreu alterações com a inclusão de novos elementos, buscando fugir da inspiração inicial que trazia elementos com influências europeias, já que foi construído pelo escultor Ettore Ximenes e o arquiteto Manfredo Manfredi, ambos italianos.

Assim, com as inclusões procurou-se então trazer elementos que representavam a história do Brasil de acordo com a aspiração nacionalista da criação do monumento.

Infográfico do monumento à independência. Fonte: Estadão.
Monumento à Independência
Estadão (Reportagem: Edison Veiga e Vitor Hugo Brandalise / Infografia: Eduardo Asta e Rubens Paiva) 
Disponível em: https://infograficos.estadao.com.br/public/familiaimperial/ Acesso em:11/12/2019.

Cripta Imperial

Além dos elementos que aparecem no monumento, ele abriga em seu interior a Cripta Imperial, onde estão sepultados os restos mortais do Dom Pedro I, da Imperatriz Leopoldina e da Imperatriz Dona Amélia, segunda esposa do imperador. Inaugura em 1952, além dos restos mortais, a cripta abriga uma capela.

Anos após a transferência dos corpos para o Brasil, (o da Imperatriz Leopoldina aconteceu em 1954 vindo do Convento de Santo Antônio no Rio de Janeiro; o de Dom Pedro em 1972 e o de Dona Amélia em 1984 ambos vindos do Panteão dos Braganças em Lisboa), foi realizada uma exumação, feita por uma equipe composta por médicos, arqueólogos e historiadores.

Esse trabalho trouxe informações sobre como os corpos foram sepultados anteriormente, os símbolos enterrados com eles, além da extração de amostras ósseas para realizar um sequenciamento do DNA dos imperadores. Nesse processo foi constato que Dom Pedro I foi enterrado usando uniforme militar de general e todas as insígnias eram portuguesas, deixando de lado o passado imperial brasileiro.

Fotografias do interior da Cripta Imperial.
Cripta Imperial
Arquivo pessoa, 2019.
Visitação

A visitação é gratuita.

Terça-feira a domingo das 9h às 17h

Mais informações no telefone 11 2068-0032.

Museu de Arte de São Paulo- MASP

Fundado em 1947 pelo empresário Assis Chateaubriand, conhecido no país por ser o primeiro a transmitir o sinal de televisão em território nacional e dono do maior conglomerado de veículos de comunicação na época. 

Em 1968 o MASP foi transferido para a Avenida Paulista, sua sede atual, cuja construção foi pensada pela arquiteta Lina Bo Bardi, a partir de quatro pilares que suspendem o edifício a 8 metros do chão. Na época da sua construção, ele era considerado o maior do mundo nesse estilo. 

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Fachada do Masp
Disponível em: https://www.arcoweb.com.br/noticias/noticias/exposicao-na-casa-de-vidro-comemora-os-50-anos-do-masp-1 Acesso em: 11/12/2019.

Nesse espaço de 74 metros livres proporcionado pelos pilares acontece todos os domingos uma feira de antiguidades. 

Tanto o museu quanto seu prédio foram tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O museu de arte, considerado o mais importante do Hemisfério Sul, possui em seu acervo mais de 10 mil obras entre pinturas, esculturas e fotografias de artistas renomados de diversas nacionalidades. 

Visitação 

A entrada para o museu nas terças-feiras é gratuita, nos outros dias custa R$40,00, estudantes, professores e maiores de 60 anos pagam meia.

Terça a domingo das 10h às 18h

Mais informações no telefone 11 3149-5959.  

Viagem + História

E você, quando viaja costuma reparar na história dos lugares que visita?

Continuando com nosso especial de férias, nas próximas semanas traremos mais sugestões de lugares históricos para visitar nas suas viagens pelo Brasil.

Referências Bibliográficas:

BIBLIOTECA VIRTUAL. História de São Paulo.

ESTADÃO. Por dentro da Cripta Imperial.  

MASP. Sobre o Museu

MEMORIAL DA RESISTÊNCIA DE SÃO PAULO.

MUSEU DA CIDADE DE SÃO PAULO. Cripta Imperial.

SP TURISMO. São Paulo, polo de arte, cultura, entretenimento e muito mais.


Caroline Dähne

Mestre em História, Cultura e Identidades e graduada em Licenciatura em História pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Desenvolve pesquisas relacionadas a Segunda Guerra Mundial, Discursos jornalísticos, Patriotismo e Nacionalismo, Imprensa brasileira e Propagandas de guerra. Atualmente atua como professora de História na rede particular de ensino na cidade de Curitiba-PR.

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