Dia Internacional da mulher: feminismo e feminicídio

Publicado por Jessica Leme em

Dia Internacional da Mulher, como abordá-lo em sala de aula?

Hoje trago uma ideia de aula voltada a alunos do ensino médio, além disso, pode ser adaptada aos anos finais do ensino fundamental. A ideia é voltada a reflexão sobre o papel do feminismo atual e sobre a violência contra a mulher no Brasil.

O feminismo é um assunto recorrente entre os adolescentes visto a grande quantidade de hastags, blogs e youtubers que comentam sobre o assunto, principalmente na semana do dia internacional da mulher. No entanto, nem sempre nossos alunos se atentam a seriedade da questão, é interessante que a escola aproveite esse momento para a promoção desse tema.

Já a violência contra a mulher no Brasil, além de destacada em todas as mídias de comunicação também pode ser algo que ocorre no interior das casas de nossos alunos, acima de tudo devemos buscar orientá-los a identificar, pensar e denunciar esses crimes, levando em consideração o papel social da escola.

Primeiro Passo

Mas afinal o que o dia internacional da mulher comemora? O que é feminismo? Sugiro o uso de um vídeo para essa discussão, como por exemplo, Você é feminista? Lully de Verdade ; O que é feminismo? Você é feminista?

Consequentemente após o vídeo e uma breve fala do professor, que deverá sempre contextualizar o conteúdo e abrir espaço para as questões, expor o próximo vídeo que questiona a importância da luta feminista Por que você precisa do feminismo?

Para concluir a explicação sobre o que é o Feminismo sugiro a discussão dos termos abordados no vídeo, Glossário feminista: o significado por trás dos principais termos do feminismo

Atividade 01

Aproveite as palavras contidas no glossário e peça aos alunos que produzam pesquisas sobre situações concretas em que os termos puderam ser identificados, os alunos devem buscar exemplos.

Segundo Passo

Depois dos vídeos, continue a conversa agora incitando os alunos a se identificarem em situações machistas em seu dia a dia, certamente em algum dos casos irão se identificar. Para isso sugiro a seleção de cartazes da página Já falou para seu menino hoje?

Por exemplo:

Dia Internacional da Mulher

A página trata do machismo de forma clara e com situações recorrentes do dia a dia, portanto fará com que os meninos e meninas se identifiquem diante das situações.

Atividade 02

Sugira aos alunos, por exemplo, que escrevam relatos sobre seu cotidiano e onde eles puderam identificar aspectos machistas de sua criação. Após os relatos prontos uma leitura e problematização do tema é necessária acima de tudo.

Terceiro passo

Ao tratar do machismo no final do segundo passo o professor deverá encaminhar a conversa para o contexto brasileiro, tratando da versão mais perigosa do machismo, a violência contra a mulher.

Apresente à seus alunos o material produzido pelo governo brasileiro no ano de 2018, Panorama da violência contra as mulheres no Brasil. Indicadores Nacionais e Estaduais.

O material é rico em informações, mas para um bate papo sobre a situação atual a análise dos gráficos sobre as diversas formas de violência contra a mulher já serão suficientes para o levantamento de inúmeras questões.

Quarto Passo

Apresente aos alunos o que é o Feminicídio, sugiro também o uso de vídeos que trazem além da explicação do crime e da implementação da lei contra esse tipo de violência, dados sobre o assunto no Brasil.

Você sabe o que é Feminicídio?

Papo Saúde – Feminicídio

Feminicídio no Brasil

O que as feministas defendem?

Atividade 03

Como conclusão para a última atividade, sugiro que os alunos pesquisem casos de feminicídio e criem um painel de notícias. Nesse painel deve ser enfatizada a ideia de que a culpa nunca é da vítima.

Acima de tudo espero que as ideias, sugestões ajudem na discussão sobre temas tão atuais e necessários sobre a vida da mulher brasileira.

Muitos outros podem ser abordados como já mostramos aqui no blog em publicações anteriores, como por exemplo, The Handmaid’s Tale: Distopia e realidade e História das Mulheres: Bibliografia. Importante é não deixarmos essa data passar apenas como um dia para parabenizações, muito além disso deve ser um dia para se politizar e aprender.

Até o próximo post!


Jessica Leme

Professora Mestre em História Cultural e Graduada em História Licenciatura na Universidade Estadual de Ponta Grossa. Pesquisa História e Fotografia; Nova História Política; Atualmente leciona na Rede Pública do Estado de São Paulo.

2 comentários

Maria Aparecida dos Santos · 09/03/2020 às 08:26

Amei a proposta, bem ao gosto e linguajar dos jovens.

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