Mapa Mental e memorização: como criar?
Queridinho dos vestibulandos e dos concurseiros, o Mapa Mental vem ganhando cada vez mais espaço dentre as técnicas de estudo para provas que exigem memorização.
Mas, ao contrário do que os tradicionais vestibulares pregam, o Mapa Mental não objetiva a famosa “decoreba” por si só.
Apesar disso, a técnica, criada na década de 1970 pelo psicólogo inglês Tony Buzan, se baseia no funcionamento do cérebro humano para então pensar o aprendizado.
Dessa forma, une a memória com a capacidade de estabelecer conexões entre os conteúdos e, por consequência, desenvolve a memorização a longo prazo.
Mas afinal, o que é o Mapa Mental?
Imagine uma árvore da qual saem diversos galhos. Por certo, a melhor forma de pensar um Mapa Mental é a partir das suas ramificações, as quais distribuem o tema principal em várias palavras-chave.
Desse modo, com o objetivo de sintetizar o conteúdo e facilitar o processo de memorização, a técnica procura unir os conhecimentos da neurociência e da psicologia para assim obter melhores resultados.
Dessa forma, o Mapa Mental consiste em um esquema cujo tema principal é explorado sendo subdivido em palavras-chave que estabelecem conexões entre as informações.
Relação do Mapa Mental com a Educação
Embora nos últimos anos o surgimento de novas metodologias de ensino esteja aumentando, o perfil de escola se mantem no modelo tradicional.
Da mesma maneira, nas pesquisas interdisciplinares que unem educação e o funcionamento do cérebro humano tem se percebido que esse modelo de escola e ensino não basta para um processo de aprendizagem duradora.
Isso, devido a quantidade de conteúdos que o aluno precisa aprender e a sua passividade no processo de aprendizagem tradicional.
Logo, substituir um modelo de anotações mecanizadas que “entediam” o cérebro e somente permanecem na memória por pouco tempo, por outro, que se propõe a entender o que nosso cérebro precisa para a aprendizagem tem sido o foco de muitos pesquisadores.
Dessa maneira, ao romper essas barreiras tradicionais, o Mapa Mental pode ser um importante recurso pedagógico utilizado por professores e estudantes no processo de ensino aprendizagem.
Para que serve um Mapa Mental?
Primeiramente, é importante lembrar que o Mapa Mental não pode ser utilizado como o primeiro recurso para aprender determinado tema.
Nesse sentido, sua estrutura contribui para o aprendizado quando você está revisando os conteúdos. De forma que consiga escolher as palavras-chave e realizar as assimilações que estimularão sua memória.
Embora existam diversos mecanismos on-line que deixarão seu Mapa Mental mais bonito e organizado, a característica fundamental que contribui para esse processo de memorização é fazer de forma manuscrita.
Passo a passo: Como elaborar um Mapa Mental?
Material
- O ideal é utilizar uma folha A4 branca e sem linhas.
- Régua.
- Canetas coloridas (no começo utilize o que você tiver, por fim, com o tempo, você pode investir na compra de canetas hidrocolor, marca textos, etc.)
Título
É nele que você define seu tema principal.
Nesse sentido, a técnica pressupõe que ele fique na parte central da folha e em destaque. Para isso, você pode utilizar uma letra diferente, em tamanho maior, com traços em volta que o deixe em evidência.
Palavras-chave
Assim como uma árvore possui ramificações, o mapa mental precisa que sejam feitas associações entre o tema principal que é o seu título e as informações com as quais ele se relaciona.
Nesse caso, a partir do tema central você puxa uma seta e coloca uma palavra-chave, em seguida, dela você elabora novas associações, por exemplo:
O tema principal é Brasil Império, nesse sentido, ele estará destacado no centro da página.
Em seguida, ao lado você pode puxar uma seta e falar sobre o governo, nesse caso, colocaria apenas: Monarquia Hereditária e ao lado desenharia uma coroa.
Similarmente, abaixo poderia colocar ligado ao termo monarquia o nome dos dois Imperadores do período: D. Pedro I e D. Pedro II.
Além disso, se estiver na dúvida de como escolher as palavras-chave, utilize os conceitos sobre o tema, nomes importantes, datas, contextos. Enfim, o importante aqui é que as palavras escolhidas te ajudem a organizar as informações e facilitem a memorização daquele conteúdo que você está estudando.
Cores
Assim como as palavras, as cores também transmitem mensagens e possibilitam realizar associações durante a memorização.
Nesse sentido, nas aulas de história sempre procuro demonstrar isso, por exemplo, quando vemos as cores verde e amarelo instantaneamente associamos com o Brasil.
Por isso, procure sempre no Mapa Mental utilizar cores que condizem com o tema ou que te ajudem a memorizá-lo. Logo, os especialistas recomendam a utilização de 3 a 4 cores em cada Mapa Mental.
Desenhos
Mesmo que você não seja um bom desenhista, um pequeno símbolo, ou mesmo um rabisco de desenho, pode funcionar como um gatilho que acionará sua memória e, dessa forma transmitirá a mensagem sobre o conceito que você está estudando.
Inegavelmente, a memória visual que mescla símbolos e conceitos é essencial para que o Mapa Mental atinja seu objetivo inicial.
Design
Lembra da parte de não entediar o cérebro?
Nesse sentido, utilize setas para ligar os conteúdos, mas evite fazer setas retas. Assim, setas curvas mantém as informações expostas de forma mais dinâmica para a memorização.
Área de respiro
Igualmente, uma das coisas importantes é não poluir o Mapa Mental com muitas informações, para isso, lembre-se de utilizar palavras-chave em vez de frases.
Está em dúvida da quantidade de informações necessárias colocar sobre o tema? Faça um esboço prévio, assim quando for passar o conteúdo para o papel já saberá o que realmente é preciso estar lá.
Lembrando sempre que, por ser um recurso utilizado quando você já estudou sobre o tema, a ideia é RESUMIR as informações principais!
Referências Bibliográficas:
GARCIA, Célia Aparecida de Matos. Mapas Mentais na educação profissional e instrumentos de avaliação. São Paulo: CPS, 2018.
HERMANN, Walther; BOVO, Viviani. Mapas Mentais: enriquecendo inteligências. 2005.
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